Reflexões de um médico. Cadê o meu doutor?

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Endocrinologista - Reflexões de um médico. Cadê o meu doutor?

Endocrinologista - Reflexões de um médico. Cadê o meu doutor? Corre na internet um email com o título “onde andará o meu doutor” o qual

recomendo a leitura completa.   Em um trecho está escrito:

 

“Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco
e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo…
o Meu Doutor que curava a minha dor,
não apenas a do meu corpo mas a da minha alma,
que me transmitia paz e calma!”

 

Este trecho trouxe algumas reflexões guardadas neste mais de 20 anos atendendo pacientes com obesidade e outras doença endócrinas.

De um lado temos a  maioria dos  médicos que atendem convênios recebendo por uma consulta o valor determinado por um intermediário, em torno de 60 a 80 reais.  Exceto uma minoria privilegiada que atende pacientes particulares e podem receber  um valor justo por um atendimento de qualidade.  Do outro lado o paciente que paga um convenio e procura  algo pronto para consumo, uma receita pronta onde o esforço deve ser mínimo com resultado máximo.  A conta não fecha.

Temos pacientes e médicos insatisfeitos  e doentes. .

Hoje a medicina consegue medir níveis de açúcar, gorduras, minerais e hormônios com grande precisão.  Consegue visualizar, filmar e fotografar cada canto do nosso corpo,.  Na Internet temos milhões de informações, milhares de pesquisas.  Lançamentos de  medicamentos novos ora tão milagrosos ora banidos. A ciência está em constante transformação tendo dificuldade em trabalhar com o que não é medido e o que não é conhecido..  Verdades absolutas hoje, amanhã não serão mais.

A tecnologia está aí para ser usada, mas a interpretação do que fazer com todos estes dados, quais os limites e erros contidos nestes dados, quem e quais interesses estão por trás das pesquisas, avaliar os limites do que é normal ou não, qual medicamento usar e por quanto tempo. O bom senso em transferir todo este conhecimento cabe ainda ao médico junto ao seu paciente decidirem.

A clássica frase usada em Medicina “CADA PACIENTE É UM PACIENTE” nunca esteve tão atual.

Particularmente nos pacientes com problemas de excesso de peso, pressionados a todo momento pela mídia exigindo uma silhueta esbelta.  Sendo um problema crônico sem cura definitiva pode e deve ser controlado, mas temos que respeitar  o limite do nosso organismo evitando  que o tratamento cause mais danos que a própria obesidade.

Há uma série de circunstâncias que fogem ao controle das pessoas e do médico, como rotinas sociais, de trabalho, financeiras, emocionais e de tempo,  e acabam interferindo na nossa relação com o mundo e com a alimentação.

São cada vez mais  exigidas uma participação e cooperação entre médico e paciente.

Para isto precisamos ser recebidos por um médico que tenha tempo e disposição para ouvir pelo tempo necessário, que sabia o seu nome  e suas dificuldades.  Onde nos sintamos à vontade, sendo recebidos em um ambiente agradável e bem localizado. Onde possamos expor problemas mal digeridos que pelo simples fato de serem expostos  podem levar  a cura.  Onde a busca por um TER um  peso menor a qualquer custo é substituída por um SER mais equilibrado e feliz, sendo a perda de peso reflexo desta mudança.

Muitos pacientes com pequenas mudanças de rotinas conseguiram se sentir melhores com mais disposição, normalizando seus exames.

E os  pacientes se tornaram pacientes amigos tendo uma atitude de veneração com seu corpo, respeito com os seus limites, aprendendo  que o melhor possível nem sempre é o  ideal  desejado.  Sendo o apoio do médico fundamental para  descobrirem juntos qual é este limite. Ser um parceiro nos sucessos e insucessos.

Enfim, temos que reencontrar o meu “doutor”.

 

Reflexões de um médico. Cadê o meu doutor?

Em caso de dúvida procure um Endocrinologista.
Dr José Albino Médico Especialista em Endocrinologia e Metabologia em Florianópolis.
Santa Catarina

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