O Brasil vive hoje uma epidemia de obesidade, não é mais um país de desnutridos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são considerados ideais índices de desnutrição abaixo de 5%. No Brasil, temos 4% de desnutridos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde, analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades, mostrou que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias. Neste levantamento, 50% dos homens e 48% das mulheres se encontram com excesso de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade.
Em 10 anos, se nada for feito estaremos chegando próximo aos índices americanos. O Sistema Único de Saúde destina cerca de 600 milhões de reais apenas para as internações relativas à obesidade. Esse valor equivale a 12% do que o governo brasileiro despende anualmente com todas as outras doenças.
O combate à obesidade, para funcionar, deve ser uma articulação de diversas políticas, como estímulo à pratica de esportes, educação alimentar, mudanças comportamentais e sociais. No entanto, o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto.
Neste caso entramos com uma medicação, que deve ser dada e acompanhada por um médico. Hoje dispomos de um leque restrito de medicações que não são as drogas ideais, mas se dados com critério, responsabilidade e bom senso são extremamente efetivas.
Dispomos de medicamentos que aumentam a saciedade, diminuem o apetite ou diminuem a absorção de gordura pelo trato gastro-intestinal.
O uso de medicamentos para emagrecer, assim como qualquer outro medicamento se mal usado fácil se torna um veneno. Todas, isto mesmo todas as medicações possuem um grau maior ou menor de efeitos colaterais, para isto basta ler qualquer bula de um medicamento que você tomou recentemente. Isso não é motivo para banimento da medicação que pode levar ao aumento das cirurgias de estomago com todas as suas complicações.
A existência de um mercado negro de medicamentos, pessoas em busca de tratamentos mágicos, profissionais médicos e farmacêuticos mal intencionados e interesses econômicos fizeram a má fama destas medicações.
Recentemente tivemos como exemplo o ribonabant (acomplia) que era um medicamento para ser usado em grupo de pacientes restrito com alteração na resistência a insulina. O uso indiscriminado, devido a ganância de uns, acabou sendo um fator para cancelamento da venda do medicamento.
O uso de medicamentos é um meio de se chegar a mudança de comportamentos e hábitos alimentares e nunca o fim. Muitos pacientes se iludem tomando só a medicação e não fazem a sua parte. A conseqüência disso é o ganho de peso , em geral acima do peso inicial, conhecido como efeito rebote.
O uso consciente da medicação junto a um profissional experiente, avaliando periodicamente o estado nutricional através do inquérito alimentar ou da avaliação nutricional por bioimpedância são melhor e mais honesta maneira de perder e conservar a perda de peso.